quarta-feira, 30 de junho de 2010

Solidão...

Curioso como o senso comum, ou melhor, a cultura machista que permeia o mundo ocidental coloca a mulher como um ser sensível e ao mesmo tempo a menospreza por isto. Exemplo bem expresso pelo texto da coluna de Ivan Martins na Revista Época de 23 de junho no qual ele parece entender que não é bem assim. A visão da mulher sozinha e mal amada ou, nas palavras dele, "desesperadas" é realmente a que prevalece. O que dirá das mulheres mais velhas que ninguém lembra que estão melhor viúvas ou divorciadas aos 60 anos.
 
Nada contra os rapazes... Aliás, adoro ter um por perto! Entretanto, essa visão da mulher é uma infelicidade. Eu mesma adoro fazer gracinhas para mim: comidinhas, cheirinhos em casa, perfumes e cremes, leitura no parque embaixo da árvore. Aliás, tem uma rede sempre aberta no meio da minha sala...rs... Mas como o próprio Ivan Martins disse e já escrevi por aqui em alguma data anterior - a solidão nos obriga a olhar para nós mesmos, para o interno, e a maioria das pessoas (homens e mulheres) prefere se distrair com o externo "para não ter de olhar para dentro, onde dói.".

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Troféu consciência ecológica para os caixas eletrônicos do BB

Há dias tenho me deparado com uma pérola toda vez em que me dirijo a um caixa eletrônico do Banco do Brasil. Quer seja para pagar contas, fazer depósitos ou transferência, após a operação aparece uma tela com a confirmação do procedimento e a informação do banco dizendo que o procedimento realizado fica registrado durante 5 anos.

Também fala sobre consciência ecológica...

O que entendi nisso?

Uau!

O Banco do Brasil me pergunta se desejo IMPRIMIR a operação feita!!!!

Que FE LI CI DA DE!!!!

Achei muito inovador isso.

Agora, para que fique ainda melhor, precisamos deixar o "medo" de lado e confiar. Confiar para apertar o botão de finalização da operação SEM, ANTES, APERTAR O IMPRIMIR. Minha gente, isso é tão saudável!

E previne doenças degenerativas do cérebro, porque nos lembra que devemos e podemos usar a massa engomadinha para raciocinar, saindo da robotização.

Nota 10 para o Banco do Brasil!

domingo, 27 de junho de 2010

Sonificação??!?!

O que não poderíamos imaginar é o que a física continua fazendo!!!!

No site da BBC há uma notícia sobre identificação de partículas atômicas por meio de sonificação (transformação dados científicos em sons).

Vale total ler a notícia e escutar as "músicas"!

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/06/100623_somuniversoebc.shtml

Isso é errar?!

Há um tempo recebi um e-mail com um texto de autoria feminina sobre o errar que me pareceu mais uma indignação de um ser humano que se colocou dentro de um processo de não questionamento ao que a sociedade/ cultura de consumo apresenta.

Errar podemos sim, sempre! Basta nos dispormos a arriscar, principalmente porque nossos erros advém das experiencias do nosso eu com o mundo. Então melhorando: quem pode dizer o que está certo ou errado?

Numa sociedade como a nossa, onde a maioria se sujeita à versão dominante de poder, que é masculina, branca e heterossexual, esse é o papel que a falta de consciência fica para quem a quiser assumir. Freud, explica! Ainda que o perceba como mais uma figura, ao que me parece até então, machista.

É seres humanos... errar ou não errar é fruto do que socialmente nos propomos a aceitar, individualmente!

Cabelos brancos são feios, ou melhor, é errado ter cabelos brancos numa cabeça de cabelos bem tratados só porque estão na cabeça de uma mulher? Eu deixei de pintá-los porque não quero mais química do que já consumo nos alimentos, estou errada?

Usar saia é bom mesmo ou estão aí para nos dizer como devemos nos comportar, ou melhor, para ficarmos quietinhas? Eu uso e gosto das minhas saias... são mais refrescantes que as bermudas, mas não as uso com mais frequência exatamente por me sentir várias vezes podada.

No texto, o exemplo colocado como erro que me chamou a atenção é o do casal que após 7 anos juntos e um mês de casamento se separaram. Poxa, a pergunta que não consigo evitar é: se a tal da mulher não estivesse se podando tanto para se encaixar num perfil modelado que nos reifica, nos transforma em objeto, silenciosos e nada cônscios, obrigadas a aceitar imposições sociais, como por exemplo um casamento ou ter filhos, será que ela ainda assim teria embarcado no casamento? E o cara, também não estava tentando se adaptar a algo? Caramba! 7 anos errando? Não houveram acertos? A convivência não estava desgastada? Não estavam apenas levando as coisas? Relacionamentos são complexos para serem simplificados com apenas uma palavra erro/acerto.

O que temos que entender é que errado só fica errado porque nos indispomos com a nossa natureza, uma natureza que precisa de auto-conhecimento, auto-conscientização sobre o que somos e o que realmente queremos e que não simplesmente aceita o que a sociedade, a mídia, a revista de moda ou o vizinho nos sugere! Uma natureza com a qual somos acima de tudo honestos, conosco e consequentemente com os outros. Não podemos simplesmente aceitar o que a sociedade do espetáculo sugere.

Enfim, para um pouquinho de iluminação cultural, vale ler a postagem do Leonardo Brant no site Cultura e mercado. Está ótima!

A servidão moderna

"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, aceita por essa multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que lhes escravizam cada vez mais. Eles mesmos correm atrás de um trabalho cada vez mais alienante, que lhes é dado generosamente se estão suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os amos a quem deverão servir. Para que essa tragédia absurda possa ter sucedido, foi preciso tirar desta classe, a capacidade de se conscientizar sobre a exploração e a alienação da qual são vítimas. Eis então a estranha modernidade da época atual. Ao contrário dos escravos da Antiguidade, aos servos da Idade Média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje frente a uma classe totalmente escrava, que  no entanto não se dá conta disso ou melhor ainda, que não quer enxergar. Eles não conhecem a rebelião, que deveria ser a única reação legítima dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que foi planificada para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça.

Eis então o pesadelo dos escravos modernos que só aspiram a deixar-se levar pela dança macabra do sistema de alienação.

A opressão se moderniza estendendo-se por todas as partes, as formas de mistificação que permitem ocultar nossa condição de escravos. Mostrar a realidade tal qual é na verdade e não tal como mostra o poder constitui a mais autentica subversão.

Somente a verdade é revolucionária."

Perfeito!
Estas são as primeiras palavras de A servidão moderna, um "livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América latina. O texto foi escrito na Jamaica em outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio de 2009."

Incômodo, questionador, emocionante... É só assim que nos permitimos abrir os olhos para então nos reconhecermos como escravos de uma sociedade para a qual nós mesmos damos autoridade de nos manipular.

A primeira parte do vídeo abaixo, pelo youtube, ou para quem quiser fazer download, tem na página do documentário o link.

Água engarrafada...

Mais um vídeo bem bacana do site Story of Stuff Project!!! Desta vez, sobre o nosso consumo absurdo de Bottled Water (água engarrafada) quando, pelo menos em Brasília, a água da torneira é excelente! Isso mesmo... Uso filtro de barro há anos e a sujeira na vela é mínima, só não tomo água da torneira pela paranoia embutida na minha cabeça....

Viver em Brasília, uma cidade na qual o clima é seco em torno de 40% do ano, é uma justificativa bem razoável andarmos sempre com uma garrafa velha de plástico cheia de água, na bolsa ou à mão. Garrafa cheia de água de casa, da torneira, do filtro e que quando fica vazia, sempre tem um outro filtro ou bebedouro por aí para reenchê-la. Vermes, intoxicação? Não acho que a água daqui seja suja dessa maneira, principalmente porque comemos verduras cruas  lavadas com essa água de torneira...

Aliás, filtros de parede? Para que servem? Água gelada? Preguiça de encher garrafa de água e por na geladeira? E quem não tem o tal filtro com opção gelada. É preguiça de limpar o filtro de vez em quando? Tudo bem que há lugares no DF em que a água não é recomendável para consumo pela quantidade de coliformes fecais das fossas próximas. Mas ainda assim as verduras são lavadas com essa água....

Quanto à água contaminada pelos cocozinhos... Isto se chama falta de respeito com o meio ambiente e o vizinho! Sistema de tratamento de esgoto num local como o DF deveria ser exigido e estar atendendo a toda a população, inclusive nas regiões a menos de 10 quilômetros do centro da cidade... Mas é uma outra discussão...

Enfim, taí o vídeo... É curtinho, 10 minutos!


The Story of Bottled Water (Português) from Guilherme Machado on Vimeo.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os perigos de uma história única

"Sala de aula" é um espaço que, para mim, representa antes de mais nada troca de experiências. Sim, diversos aspectos da experiência: o objetivo e o subjetivo; o individual e o coletivo; egos, superegos e alter egos; e por aí vai. Uma experiência sensorial e intelectual...

E noutro dia, num momento de compartilhamento de experiências sobre Currículo, a partir de um livro muitíssimo interessante (Globalização e interdisciplinaridade do Jurjo Torres Santomé), uma das colegas apresentou um texto de Chimamanda Adichie, escritora nigeriana, apresentado numa palestra do TEDGlobal 2009.

Nunca tinha ouvido falar dela (ignorância mesmo) e isso me deixou bastante tocada emocionalmente. O texto é perfeito! Num contexto divertido e sensível, a autora expõe a partir de pequenos episódios de vida o quanto somos incapazes de olhar à nossa volta e reconhecer cultura no nosso próprio espaço, e o quanto engolimos acriticamente e sequer verificamos determinadas informações que chegam até nós a respeito de etnias, raças, povos, entre outras "classes". Classes estas recorrentemente referidas como minorias, numa tentativa de diminuição, quando na verdade essas minorias são as minorias existentes em todo mundo, minorias que fazem e completam o mundo. É... essa "maioria" numérica branca, heterossexual, masculina inexiste e insistimos em usar o rótulo minoria, reforçando o contexto de dominação e a existência de uma maioria inexistente.

Enfim, coloquei o texto da palestra no 4shared e o vídeo abaixo. Vale muitíssimo a pena ler/ assitir!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mais notícias da minha composteira

Parece que finalmente entendi como ela funciona! As moscas de banana diminuíram bastante, quase não tem mais!! Sabe o que fiz? Simplesmente deixei tudo bem coberto de terra e adubo, mantendo a proporção resíduo : adubo : terra igual para todos, ou seja, para cada quantidade de resíduo, acrescento partes iguais de adubo e de terra, nessa ordem - mas não sem antes dar uma revirada em tudo o que está lá! Aliás, achei uma foto das larvas das moscas na tampa da composteira. Estava meio nojento porque tinha uma quantidade muito grande de larvas... quem mandou não tomar conta direito! A foto não ficou muito boa, mas acho que dá uma ideia...rs...

Também aprendi a não colocar os resíduos todos os dias por causa da missão "revirar todo o conteúdo", além do que como colocava só um pouquinho e nem sempre ficava tudo coberto... Agora, tenho um pote de plástico de manteiga (daqueles de 500g) que uso para juntar os resíduos antes de por na composteira. Deixo ele tampado na geladeira e quando está cheio espero um tempo até chegar à temperatura ambiente para depois juntar na composteira. Não quero atrapalhar a temperatura do processo de decomposição da composteira. Também já tinha experimentado só deixar dentro da geladeira... era resíduo de verdura mesmo, e via de regra não fede. Mas como recebi visita para o feriado, ficou estranho uma cumbuca de resíduos aberta na geladeira...rs... coisas de Juliana...