terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os perigos de uma ciência única

Sexta-feira saiu uma nota na página da Universidade de Brasília (UnB), informando sobre o intuito do Instituto de Física (IF) em fechar o Núcleo de Estudos de Fenômenos Paranormais (Nefp). Os argumentos veem de uma perspectiva hegemônica do desenvolvimento de pesquisa científica, como não poderia ser diferente, e do fato de uma vidente usar o nome do Nefp para autopromoção, o que é um absurdo.
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=3798

Quanto à vidente, não vou nem me manifestar pois é dar espaço para a desonestidade e mal-caratismo, num lugar cujo foco é tratar de coisas bacanas. Em contrapartida, o fato de usarem o argumento de que o Nefp não desenvolve ciência é revoltante.

Estamos no século XXI, num processo de mudanças paradigmáticas em relação ao desenvolvimento da ciência e tentar calar expressões, manifestações apenas porque não se encaixam num modelo supostamente correto, verdadeiro, é negar espaço para desenvolvimento, crescimento da ciência e para isto, Popper tem uma frase que acho que se encaixa perfeitamente aqui: o método da ciência é a autocrítica e a crítica mútua.

Se o Nepf entender, num processo de autocrítica que não precisa mais estar ali, tudo bem. É um processo interno numa "escola" que está estabelecendo seus próprios critérios, sua própria linguagem. Entretanto, o que parece acontecer é que o IF não se dispõe a criticar o trabalho desenvolvido pelo Nepf, ou ainda que o faça, utiliza-se de argumentos rasos:
- não são experimentos reprodutíveis - então o que se diz das ciências sociais? que não são ciência?
- é necessária a utilização de métodos controlados - então o que dizer dos físicos Heisenberg e Bohr que afirmaram que não é possível observar ou medir um objeto sem interferir nele, sem o alterar, e a tal ponto que o objeto que sai de um processo de medição não é o mesmo que lá entrou?
- profissionais devidamente habilitados - como se o próprio IF é contra o processo?

Enfim, se no decorrer do desenvolvimento da ciência, o homem, pautado em suas viagens psicodélicas, impressões baseadas na vivência, contextos sócio-históricos tem desenvolvido ciência, como o IF pode se manifestar contra um espaço que promove conhecimento diversificado?

Lembro aqui de Boaventura Santos, Amit Goswami, Heisenberg, Maturana e Varela cujos trabalhos têm impulsionado o conhecimento para outras fronteiras. Lembro também de contribuidores que ao longo da história morreram por não se aceitarem determinações hegemônicas e se posicionarem a favor do desenvolvimento do conhecimento multicultural e plúrimo: Hypatia, Giordano Bruno. Lembro de outros que nadando contra corrente hoje tem seus trabalhos reconhecidos: Einstein, Freud, Galileu Galilei.

A ciência não é linear, não se faz na retidão; ela é trabalhada na dinamicidade dos processos sócio-históricos e por isto é bela. Em cada época representa aquilo em que o homem, o sujeito, a sociedade enquanto subjetividade social era. Não quero, estando no espaço acadêmico, como mestranda em Educação na UnB, dizer que vi esse tipo de atitude ser tomada e não me posicionei...

Ontem, elaborei com a Alessandra (que já se manifestou no blog dela - http://sagradosegredosdaterra.blogspot.com/2010/08/nota-de-repudio-ao-instituto-de-fisica.html) um abaixo-assinado em prol do não fechamento do Nepf. Considere-o como um pedido de negação à mordaça do conhecimento!


http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/6899

Manifesto contra o fechamento do Nefp - UnB (Na íntegra)

Destinatário: Consellho Universitário da Universidade de Brasília - UnB

Nós, comunidade acadêmica, ex-aluno(a)s, membros da coletividade, estudioso(a)s do tema, terapeutas holistas, cientistas em geral, interessado(a)s, cidadãos e cidadãs preocupado(a)s com o patrimônio cultural mundial plúrimo e democrático, pelo abaixo-assinado, viemos PROTESTAR CONTRA O FECHAMENTO DO NÚCLEO DE ESTUDOS DE FENÔMENOS PARANORMAIS (Nefp) da Universidade de Brasília (UnB), solicitado pelo Instituto de Física (IF).

Não podemos deixar de manifestar irrestritamente nosso inconformismo, pois a manifestação de opinião, numa sociedade que permite o diálogo, pode afastar a autocracia, ou, ao menos, trazê-a para a luminosidade.

A inquietude se revela pela indagação, em plena pós-modernidade, do que vem a ser ciência e, principalmente, se compete ao mencionado Instituto o monopólio de declaração e definição sobre o que vem a ser "ciência".

Se existem problemas internos - de natureza política - isso deve ser resolvido a contento, e não utilizando a escusa de discussão epistêmica e a desculpa hipócrita em relação à vidente presa para assim fazê-lo. Quem perde, como sempre, é a comunidade acadêmica e a sociedade no tocante ao aprimoramento multicultural do conhecimento, diante de uma Inquisição que parece estar sendo iniciada nos quadros dessa instituição a exemplo de Galileu Galilei, bem como Giordano Bruno e Hypatia que perderam a vida por terem visões contra-hegemônicas.

Poderia ser traçado um percurso argumentativo em prol da ruptura paradigmática na pós-modernidade. Poderiam ser citados Boaventura Sousa Santos, Morin, González Rey, Adorno e uma série de teóricos respeitáveis que apregoam a necessidade de "oxigenação" cultural, alargamento das fronteiras do conhecimento e consequentemente da Universidade, mas, por agora, esse abaixo-assinado destina-se a militar em prol da manutenção do Nefp!

Iniciaram este abaixo-assinado:
Alessandra de La Vega Miranda - Professora e advogada, mestre em Direito e doutoranda em Direito pela UnB - adlvmiranda@yahoo.com.br
Juliana Fonseca Duarte - Professora de Matemática, especialista em Matemática para Ensino Básico e Educação a Distância, mestranda em Educação pela UnB - jufduarte@hotmail.com

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Uma nova composteira

Finalmente!!! Criei vergonha na cara e arrumei a nova composteira!!! Ela já ficou um tanto cheia, toda furadinha e tão lindinha... rs... É uma miniatura da outra! E é claro que desta vez não usei prego e martelo... Fui direto na furadeira. Pensando agora que está pronta, talvez eu devesse ter usado uma broca ainda menor do que a que usei, mas agora fica para a próxima vez.


Como na outra composteira ficou escorrendo líquido e acabei comprando uma bacia gigante para colocá-la em cima, quando comprei esta nova, já pensei no tamanho do fundo para que coubesse algo razoável embaixo. Por isto, coloquei um prato no fundo. Daí, não derrama terra nem água da decomposição - que não é o chorume fétido da outra vez. Só que não tinha pensado no seguinte: tenho apenas 6 pratos em casa, vou ter que providenciar outro para ela. Mas tudo bem, quem sabe compro mais pratos pra casa.

O resto do plástico dos furos, como da outra vez, foi para dentro da garrafa pet que vai para a reciclagem!

Os resíduos que coloquei, estavam na geladeira em vários potes, bem fechados, para colocar na composteira quando estivesse furada... Estava juntando tudo...rs... Ainda tem um último fechado cheio de restos de alimento (de 500g de manteiga), mas como não tenho terra e tenho que pegar lá no parque (já virou lá sendo que é aqui na frente!) vou segurar mais uns dois dias. Eram no total: dois potes de manteiga (de 500g) e dois de queijo cotagge mais um resto que estava numa cumbuca.

Aviso importante quanto aos resíduos que estavam na geladeira: foram todos para a bacia (a velha conhecida que segura a onda da outra composteira) para esquentarem (pois estavam saindo da geladeira) e para secarem um pouco (pois estavam muito úmidos). Alguns estavam até com mofo (espero que não tenha infectado a geladeira). Depois coloquei a bacia na bancada da área de serviço onde bate um sol a tarde para acelerar o processo e por fim por tudo dentro da nova composteira!

Quanto ao adubo, é claro e com muita animação, que usei da outra composteira que ainda não está pronta, mas com certeza tem bactérias e minhocas suficiente para começar o processo de decomposição! Lindo isso!!! Acho que esse era o momento que eu mais esperava... Poder usar o que tinha na outra composteira!!!!

Lembrando que para montar a composteira é preciso terra seca, adubo, folhas e os resíduos, e como já tinha uma composteira, ficou faltando apenas a terra seca; e esta estou devendo e por isto sei que vai ficar com cheiro de verdura estragada até eu colocar.

Também ainda não coloquei as folhas, mas vou colocar junto com a terra - fiquei com preguiça, mesmo que para isto basta catar na minha varanda, lembra?

Parênteses para explicar a varanda: quando me mudei para este apartamento, a varanda tinha uma vista linda da cidade. Então, para não fechar a varanda e torná-la aproveitável e agradável, coloquei pedriscos e dormentes, com uma manta de bidim em baixo para não arranhar a cerâmica, um banco da praça de madeira e algumas plantinhas para compor um mini jardim. Ficou bem legal! Um dia coloco a foto por aqui...

Quanto à minha boa e velha composteira (já ficou velha coitada!) continua no processo... Aproveitei a ocasião da nova composteira para misturá-la bem retirando e colocando tudo de volta. Na verdade, quase não consigo reconhecer os resíduos. Talvez 80% já esteja decomposto, cheio de minhocas e ainda bem úmido. Entretanto, fiquei preocupada quando encontrei um caroço intacto de nectarina ou pêssego... Vou ficar de olho para ver quanto tempo isso vai demorar para decompor... Queria muito colocar esses restos maiores na composteira... Casca de abacaxi, caroço de nectarina e pêssego, caroço de manga... Vamos ver...

É isto... mais notícias vou postando por aqui!

sábado, 7 de agosto de 2010

Mais notícias da composteira

Então... Nunca mais ela fedeu...rs...

Desde aquela última revirada (9 de julho) não havia mexido mais nela, e hoje quando fui dar uma geral, parece que está tudo ok. Voltou a ter o cheiro de terra úmida de antigamente; talvez não tão úmida quanto antes, mas está com cheiro de terra e é isso que importa.

O volume total também diminuiu... Um pouco, mas diminuiu...

A temperatura não está alta, mas não está frio ou fresco, diria que está morna - não tenho termômetro em casa e também não sei até onde isso interfere.