quarta-feira, 30 de março de 2011

Quem tem medo da mudança?

O título da matéria do Estadão, do dia 20 de março, traz uma pergunta que instiga o Estado a ter um posicionamento mais corajoso frente à questão dos direitos autorais, o que vale a pena ler na íntegra!

http://estadao.br.msn.com/link/artigo.aspx?cp-documentid=28069183

A discussão que parecia pender para o lado do Creative Communs e para os Copyleft parece simplesmente ter perdido vez e voz para os Copyright, mediante pressão estadunidense. De acordo com a matéria, o Brasil faz parte de uma lista anual dos países que não colaboram com a propriedade intelectual e que é usada como pressão em acordos comerciais bilaterais. O que é uma vergonha, pois precisamos na verdade de estimular a criatividade e o uso das tecnologias entre os brasileiros.

Ainda de acordo com a matéria, quando Gilberto Gil assumiu como ministro, em 2003, o Ministério da Cultura (MinC) começou a estreitar relações com o Creative Commons e aderiu não só à licença, usada a partir dali nos seus projetos, mas também a uma visão mais flexível sobre o copyright. A partir de 2007, quando o cargo passou para o ex-secretário-executivo Juca Ferreira, o MinC decidiu mexer no vespeiro e propôs a discussão sobre uma revisão na lei brasileira de direitos autorais que, se aprovada, criaria exceções para o uso educacional e legalizaria o remix e cópias privadas e não-comerciais de obras protegidas.

O criador do Creative Commons, Lawrence Lessig, chegou a dizer que, se as mudanças fossem adotadas, o Brasil teria a mais moderna legislação do mundo nessa área. O texto do projeto, resultado das discussões no período, entrou em consulta pública na internet em 2010 e a versão final foi mandada para a Casa Civil no final do governo anterior. Mas, agora, com a pasta sob o comando de Ana de Hollanda, ele provavelmente passará por novas mudanças.

Ou seja, estamos retroagindo em relação a questões sobre as quais seria imprescindível uma maior independência e autonomia para o desenvolvimento de tecnologia e softwares, no sentido de favorecer a liberdade de informação e, consequentemente, a democratização do conhecimento.

De acordo com o sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira, em entrevista no vídeo abaixo, há demanda no Brasil de programadores e técnicos em manutenção de software livre, ou seja, há um mercado a ser explorado que tem como base a liberdade do conhecimento. Para ele, o que está em jogo é o controle sobre formas de conhecimento, liberdade de conhecimento, liberdade de criação.

No final de semana teremos o Flisol, avisado em postagem anterior aqui no blog, e a participação social nesse tipo de evento é uma forma de mostrar interesse no software livre e, consequentemente, o que o mundo da programação e da tecnologia, do Creative Commons e do CopyLeft...

O que vai para reciclagem?

Um tempo atrás, andei pensando no que tem e no que não tem coleta para reciclagem e no que poderia fazer, além do que já faço, para reduzir o lixo produzido. Cheguei a pensar no uso dos trituradores de alimentos.

O que vai para reciclagem...
  • Plástico,
  • Metal,
  • Vidro,
  • Óleo de cozinha,
  • Papel.
Tudo isso enxáguo (com exceção do papel e do óleo de cozinha, claro) enquanto lavo a louça, separo em sacolas e depois, quando enchem uma mochila, levo lá no Pão de Açúcar de bicicleta. Por um tempo, confesso, fiquei receosa quanto ao envio do material para reciclagem, até o dia em que presenciei um pessoal num caminhão recolhendo tudo. E isso já aconteceu outras duas vezes. Fiquei mais tranquila.

E o que não tem coleta para reciclagem?!?!
  • Isopor das bandejas de queijo, carne e algumas verduras, na maioria das vezes orgânicas, sendo que, neste último caso, parece-me contraditória a venda que visa proteção ambiental e alimentar embalada em isopor que não tem descarte saudável. Saída? Evitar o uso... Estou pensando em conversar com os gerentes dos supermercados em que faço compras e reclamar da quantidade de embalagens de isopor... Quem sabe é um empurrãozinho...
  • TetraPak - Neste caso, sei que é possível reciclar, mas não sei de um lugar. O que tenho feito é simplesmente evitar a compra fazendo a poupa dos sucos em casa e congelando, o que não dá pra fazer com o leite. Ah! No caso do leito, já comprei em pó, mas o gosto era horrível... Pode ser que seja a marca, mas estou receosa de comprar novamente.
  • Restos de alimentos - Podem ser colocados na composteira, mas, por exemplo no caso das minhas, ao consumir mais verduras e frutas, ficaram lotadas e nem tenho como fazer mais composteira pois não tem espaço no apartamento. Foi então que pensei na questão dos trituradores de alimentos...
  • Caroços grandes de frutas - Não cabem na composteira e também não poderiam ser passados pelos trituradores de alimentos
Enfim, especificamente sobre o uso de trituradores, encontrei postagens na web favoráveis e outras contrárias. A priori seria algo maravilhoso para evitar o envio de resíduos orgânicos para os aterros e diminuiria bastante o volume de descarte. Não sei o percentual, mas é grande.

Entretanto, o que pude observar nas leituras é que a rede de esgoto brasileira não foi preparada para suportar o descarte de restos de comida na tubulação ou mesmo no tratamento da água, inviabilizando o uso do triturador logo de cara. Ou seja, fiquei arrasada. Resultado, envio para o lixo mesmo... Infelizmente.

Bom, se alguém tiver alguma ideia para ajudar, ficaria feliz com a contribuição!

Abaixo uma imagem super bacana sobre a rota do lixo. Não me lembro de onde tirei pois tem um tempão que está na minha máquina... Então, vou ficar devendo a fonte!

segunda-feira, 28 de março de 2011

The BOBs

The Best of Blogs é um premio noruegues para os melhores blogs.
Neste ano, foram 2101 blogs, 11 finalistas em cada uma das 17 categorias, uma delas brasuca.

São blogs interessantes e vale a pena dar uma olhada em cada um, caso não os conheça...
Originalidade, essa é a palavra...
O legal é divulgar e navegar...
Depois é só votar.

(Infelizmente tive que tirar o link pela quantidade de SPAMs que recebi pela mesma postagem em outro blog!)

sábado, 26 de março de 2011

Dia mundial do Autismo - 02 de abril

No dia 02 de abril é comemorado o Dia Mundial do Autismo, para muitos pode não significar nada, mas para os pais de pessoas com autismo, para as famílias que tem parentes autistas, para os amigos e simpatizantes da causa significa muito, pois ao longo do tempo com muito amor, esforço, perseverança essa pessoas tem lutado por melhorias para os portadores de autismo e por mais visibilidade da causa autista na sociedade, no meio político e junto a profissionais de diversas áreas para que toda a sociedade entenda que essa é uma luta de todos, que só com conhecimento, cooperação e amor essas pessoas terão seus direitos individuais e sociais de fato atendidos.


Em 02.04.2011 muitos monumentos no mundo serão iluminados com a cor AZUL e muitas pessoas estarão vestindo AZUL como uma forma de participar dessa campanha e sensibilizar a sociedade.

Vamos participar!!!

Recebido por email - autor anônimo

terça-feira, 22 de março de 2011

A beleza humana....

Por que não reconhecer a beleza humana?
E também, por que não reconhecer que a beleza humana faz parte da natureza, que na verdade o que nos encanta é a beleza natural do ser humano... a beleza que transcende a homogeneidade e se estende ao heterogêneo, ao diverso?

Feijões...

Reza a lenda que um monge, próximo de se aposentar, precisava encontrar um sucessor.
Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos, mas apenas um poderia sucedê-lo.

Para sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio, para colocar a sabedoria dos dois à prova: ambos receberiam alguns grãos de feijão que deveriam colocar dentro dos sapatos, para então empreender a subida de uma grande montanha.

Dia e hora marcados, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar. No meio da subida, parou e tirou os sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor. Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista. Prova encerrada, todos de volta ao pé da montanha, para ouvir do monge o óbvio anúncio.

Após o festejo, o derrotado aproxima-se e pergunta como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos:
- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei - foi a resposta.

Carregando feijões ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a vida.

Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento é você quem determina.

Fonte não identificada...

sábado, 19 de março de 2011

Flisol 2011

Festival Latinoamericano de Instalação de Software Livre

Local: União Educacional de Brasília (UNEB – SGAS 910 – Asa Sul)

Data: 09 de abril de 2011 das 8h às 17h

O Festival Latino americano de Instalação de Software Livre é um festival anual de instalação de software livre, gratuito e aberto a toda a comunidade, realizado desde 2005 em diversos países da América Latina, inclusive no Brasil. O evento tem o propósito de promover o uso de softwares livres e a integração de comunidades de usuários de software livre em todos os paí­ses da América Latina. A capital Federal (Brasília) entrará nessa maratona pela 6ª vez.

A instalação de Software Livre é feita de forma gratuita por pessoas tecnicamente preparadas para tal procedimento. Aplicativos livres também são instalados nos computadores, independendo do sistema operacional, sendo observadas a compatibilidade do aplicativo com o sistema em questão.

Mais infos: http://www.flisoldf.blog.br/

Ciclovida

Bicicleta e movimento anti-biopirataria!

Acho que vale a pena... O trailer está abaixo, a questão agora é que quero assistir o filme! Vou procurar e depois posto por aqui!

Ah! o link do site do Ciclovida: http://www.ciclovida.org/pt-br/ciclovida

Software livre

Software proprietário e software livre são assuntos que deveríamos conversar sempre que possível, tendo em vista que o foco é a liberdade, a informação! Isso mesmo... Liberdade em saber o que estamos usando e em prol de quem, com qual interesse.

A diferença entre um e outro é como comprar soja no supermercado. Se vier indicado nas embalagens que é transgênica, não compro. Se não vem indicada, compro. Só que com o software, como não entendemos a linguagem utilizada, o que está por trás, via de regra, não nos importarmos, certo? Não!

Esse tipo de "instrumento" que instalamos em casa possibilita a empresas, indústrias, corporações, além de monopolizarem o que utilizamos, controlarem o que estamos fazendo ou deixando de fazer tendo em vista que sempre temos que estar logados, identificando-nos. É também um modo fácil de compreender nossos hábitos e costumes.

Aliás, está mais do que provado que existe sempre um interesse escuso, não social, não humano, mas econômico, em controlar informações. Basta lembrarmos da Wikileaks. Ou seja, podemos pensar em um verdadeiro Big Brother virtual.

A ideia aqui é a deixa para a valorização do software livre... De código aberto. Não estou falando de pirataria! Nem de software gratuito, pois tem software gratuito que não é livre. De novo, interessa o código aberto para que cada programador ou empresa possa ajustá-lo em interesse próprio.

Uma outra metáfora, seria ver o software livre como um livro. Todos podem ler, ver o que está escrito (o código de linguagem), ter ideias em cima daquilo que está sendo apresentado, mas a cópia necessariamente tem que respeitar o autor, avisar de onde copiou e que parte copiou! Nada de copiar tudo, não dizer de onde copiou e por o nome, certo?

Enfim, há softwares livres e gratuitos de excelente qualidade como Firefox (navegador de internet), OpenOffice (pacote de editor de texto, planilha, apresentação etc.), Thunderbird (caixa de correio web), Foxit Reader (leitor de pdf), e por aí vai...

O vídeo abaixo dá uma canja sobre o assunto... Impossível não se sentir afetado.

Projeto Cidade para Pessoas

Dando uma navegada por aí, encontrei uma notícia super bacana! A jornalista Natália Garcia está angariando fundos para um projeto no qual irá "passar um ano viajando por 12 cidades do mundo (todas planejadas ou que tiveram consultoria do urbanista dinamarquês Jan Gehl, responsável pelo atual desenho urbano de Copenhagen) e coletando boas ideias de planejamento urbano em reportagens."

A proposta é muito boa e poderia ser estendida a outras cidades brasileiras.

O link do site: http://cidadesparapessoas.com.br/

Além disso, também vale a pena dar uma olhada no documento http://itdp.org/documents/2010-OurCitiesOurselves_Booklet.pdf que "mostra como cidades de Nova Iorque a Nairobi podem lidar com os desafios decorrentes do rápido crescimento populacional e mudanças climáticas enquanto melhoram sua competitividade. O propósito da publicação é dar uma nova visão sobre a questão do transporte para não ser considerado mais como algo separado, mas integrado ao design urbano." (tradução livre) - http://www.itdp.org/index.php/news/detail/10_principles/


Cidades para Pessoas from Natália Garcia on Vimeo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Coletivo Dolores

Coletivo Dolores recebe prêmio Shell e protesta | BRASIL de FATO

Amei!!!!

Tudo de bom esse tipo de protesto!!

Apesar de terem ganhado o prêmio, reconhecem o quanto há de manipulação, por motivos econômicos, em locais onde, a priori, o interesse deveria ser social, coletivo, de modo a promover a consciência humana, filosófica e cultural!!

O texto lido pelo coletivo Dolores na premiação:

Para nós do coletivo artístico Dolores é uma honra participar deste evento e ainda ser agraciado com uma premiação.
Nosso corpo de artista explode numa proporção maior do que qualquer bomba jogada em crianças iraquianas.
Nosso coração artista palpita com mais força do que qualquer golpe de estado patrocinado por empresas petroleiras.
Nossa alegria é tão nossa que nenhum cartel será capaz de monopolizar.
É muito bom saber que a arte, a poesia e a beleza são patrocinadas por empresas tão bacanas, ecológicas e pacíficas.
Obrigado gente, por essa oportunidade de falar com vocês.
Até o próximo bombardeio...
...quer dizer, até a próxima premiação!!!


No blog do coletivo Dolores foi postado uma nota pública sobre a premiação. Vale a pena ler também!
Aliás, o blog deles é o máximo!!!!

http://doloresbocaaberta.blogspot.com/2011/03/nota-publica-do-coletivo-dolores-sobre.html

quarta-feira, 16 de março de 2011

Como anda a sua postura ao usar o computador?

Parece até brincadeira, mas precisamos sempre ser lembrados que a postura de quem sempre trabalha na frente do computador deve ser observada constantemente.

Então, vai aí um vídeo muito bacana com dicas de como devemos sentar ao usarmos o computador para não ficarmos incomodados nem termos problemas de saúde depois!

Manifesto do Fórum de Mulheres de Pernambuco

Mais uma mensagem bacana recebida por email. Só que não veio a fonte e recebi antes do dia 08 de março, então também está atrasada... mas não superada!

É o manifesto do Fórum de Mulheres de Pernambuco em luta por autonomia e liberdade para todas as mulheres!

A palavra liberdade significa ausência de submissão, ausência de dominação pelo outro, autonomia. Para o feminismo, liberdade é o fim das determinações do que deve ser uma mulher.

Por isto, a luta por liberdade é a luta fundamental do movimento feminista. Liberdade de ter um projeto de vida próprio, liberdade de escolher entre ter ou não ter filhos, casar ou não casar, liberdade para ter prazer e fazer sexo com quem quiser, seja homem ou mulher, ou para não fazer sexo. Liberdade de expressão, de opinião. Liberdade que se constrói a partir de condições objetivas, seja para participar politicamente, seja para viver com autonomia econômica. Liberdade enfim, que só se realiza numa vida livre de toda a violência, injustiça e opressão.

Se este ano temos uma mulher presidenta, primeiro tivemos a luta das feministas pelo direito das mulheres ao voto. Mas mesmo com uma mulher na presidência da República, a maioria de nós mulheres não têm condições objetivas de participar da política. Falta tempo! O tempo da vida das mulheres é tomado pela dupla jornada de trabalho – trabalho produtivo, dentro ou fora de casa e trabalho reprodutivo (doméstico). O fato é que a maior parte de nós mulheres vivemos condições extenuantes de trabalho. Além do tempo, falta também dinheiro para financiar nossa participação política. Nós mulheres somos a população pior remunerada na classe trabalhadora. E no mercado de trabalho somos o maior contingente da população em situação de informalidade.

Se temos hoje políticas para mulheres, essas são ainda insuficientes para o tamanho dos desafios e, muitas vezes, essas políticas se resumem a programas de 'capacitação', quando o que precisamos é do reconhecimento de nossa cidadania e de mais política pública. Políticas públicas que promovam a autonomia econômica das mulheres e enfrentem o compartilhamento dos trabalhos de cuidado com crianças e idosos/as ou com pessoas doentes. Políticas públicas que reduzam o peso da dupla jornada de trabalho. Precisamos de mais creches, mais e melhores serviços de saúde com funcionamento pleno, mais e melhores moradias, mais proteção social e inclusão previdenciária. Politicas que promovam reconhecimento e valorização profissional de todas as categorias de trabalhadoras ainda discriminadas: as trabalhadoras domésticas, as parteiras, as catadoras.

E precisamos de uma outra economia. O desenvolvimento da economia capitalista em nosso Estado e por todo o Brasil é visível, mas precisamos avançar no fortalecimento da economia solidária, como alternativa justa e sustentável para a autonomia econômica de nós, mulheres. As pescadoras, marisqueiras, catadoras, as agricultoras e camponesas, as quilombolas e ribeirinhas - todas estão com seus meios de trabalho e sustento ameaçados, seja pela poluição industrial, seja pela expansão da agricultura empresarial, seja pela expropriação de suas terras pela grilagem. É preciso o fim da exploração - da natureza e das pessoas.

Neste 8 de março, também denunciamos. Denunciamos o racismo, tão presente no cotidiano de nossas vidas, herança da colonização patriarcal. Denunciamos a permanência das milenares formas de dominação das mulheres em nome da “fé”.

Denunciamos a permanência da prática da violência contra nós mulheres. Temos a nossa sexualidade ainda marcada pela experiência da violência, ou pela convivência com o risco de sofrer violência. A violência ainda é usada pelos homens como um instrumento para punir ou tolher nossa liberdade. Violência que permanece viva como prática, entre companheiros, entre casais, entre conhecidos e desconhecidos. No campo, nas florestas e nas cidades.

Denunciamos a permanência da exploração de nosso corpos pela indústria do sexo e da pornografia, pela indústria da beleza e da medicina estética. Indústrias que movimentam milhões em todo o mundo e também em Pernambuco. Essas indústrias garantem o enriquecimento de uns poucos às custas da exploração de nossa imagem, impõem padrões de beleza opressores e inatingíveis, disseminam a imagem da mulher brasileira como “mulher sempre à disposição de realizar o desejo dos outros". Essa distorção da ideia de disponibilidade é que nos torna objetos. Nos tornam seres objetificados. E assim, na publicidade somos associadas a tudo o que pode ser vendido. O contrário de ser objeto é ser sujeito. Ser sujeito é o que o feminismo defende para todas as mulheres.

Neste 8 de março, também saudamos todas as mulheres. Saudamos indígenas e negras, que desde tempos imemoriais lutaram em favor de liberdade. Saudamos as mulheres de todos os movimentos sociais, do campo, das florestas e das cidades, que vivendo muitas vezes com a sobrecarga da dupla jornada e enfrentando discriminações, ainda assim lutam e fortalecem as lutas dos movimentos sociais por direitos. Saudamos, enfim, a todas nós mulheres feministas de luta! Lutamos para que todas as mulheres sejam livres!

Há mais de um século, as mulheres socialistas, americanas e europeias, instituíram o 8 de março como data que marca o reconhecimento da luta das mulheres por liberdade, contra a opressão e contra as diversas formas de exploração das mulheres. Desde então, em todo o mundo, mulheres feministas reúnem-se neste dia para homenagear aquelas que lutaram antes de nós e, ao mesmo tempo, para denunciar as formas de dominação patriarcal ainda vigentes. É assim que, mais uma vez, o Fórum de Mulheres de Pernambuco, uma articulação que reúne mais de 60 organizações, vem a publico afirmar que há muito ainda contra o que nos rebelar.

sábado, 12 de março de 2011

Medo de ciclista?!

Esses últimos dois dias naveguei um monte na web. Encontrei um monte de coisas velhas e novas, legais e assustadoras, outras tantas estranhas ou revoltantes. Uma delas, pareceu piada e, por isto, mesmo tendo sido escrita em 2005, resolvi colocar aqui...

Lucas Mendes, colunista do site BBC Brasil, afirmou em sua coluna que "Antes eu tinha medo de ciclista. Agora tenho pavor deles". Nossa! Espera aí! Vamos recapitular...

A justificativa para tal medo se baseia no fato dele ter aberto a porta do carro, sem olhar, e ter acertado um ciclista que caiu no chão e se machucou. Como não poderia ser diferente, o ciclista ficou indignado! Quem não ficaria? Talvez depois de alguns minutos eu relevaria levando em consideração que às vezes as pessoas não prestam atenção... Mas em contrapartida se fosse um outro carro, ao invés de uma bicicleta, haveria confusão. Ou seja, que culpa teve o ciclista se o sujeito abriu a porta do carro não olhou?

Quem dirige realmente se sente com um espaço próprio (o asfalto e o carro), com razão em se movimentar com velocidade superior à de uma bicicleta ou de andar a pé (por isto existem automóveis) e nem sempre estar atento ao que acontece a sua volta (até porque muitas pessoas não prestam atenção em tudo a sua volta!). Entretanto, entrou num automóvel, uma série de responsabilidades devem ser assumidas, principalmente se considerarmos o inchaço viário e o aumento da população!

O automóvel é um meio de transporte perigoso - fatal se utilizado sem o devido cuidado! Se não é possível ter respeito, cuidado e atenção o tempo todo, livre-se do carro! Ande de táxi, ônibus, metrô, bicicleta, a pé! Mas não coloque em risco as outras pessoas...

Se há responsabilização, conscientização e cuidado, não há porque ter medo. Ninguém é acusado sem ter feito algo que de alguma maneira prejudicou o outro, certo?

Enfim, fica aqui me desagrado em relação ao "medo de ciclista"...

Indígenas digitais

Nosso Brasil é enorme e cada comunidade vai encontrando o um jeito próprio de compartilhar informações, ideias, cultura. Uns usam as redes sociais, blogs e sites, outros usam vídeos e imagens.

O bacana é reconhecer que cada um vai se virando como pode de maneira a se tornar visível no mundo globalizado, de maneira a compartilhar um pouco de si e ao mesmo tempo sensibilizar outras pessoas quanto à própria cultura, à forma de viver, quanto às questões territoriais, históricas e por aí vai...

O Indios Online, por exemplo, é um site criado por comunidades indígenas que se mobilizaram e continuam se posicionando em relação a diversos assuntos, um site no qual fica visível como a apropriação das tecnologias digitais auxilia na melhoria da qualidade de vida.

São comunidades se inserindo no processo de glocalização - o local que também é global!!!

O curta Indígenas Digitais, de 26 minutos, feito pelo pessoal da Índios Online, é uma amostra de todo esse processo!! Vale assistir!!!



Indigenas Digitais, o filme from indigenas digitais on Vimeo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Cidadãos x Corporações

Mais uma vez o The Story of Stuff Project  lançando vídeo!!

Desta vez o vídeo questiona a influência das grandes corporações nos processos democráticos e eleitorais nos EUA. Uma pena não ser um desmanche sobre a situação brasileira, mas como já sabemos, não é muito diferente por aqui.

Assim como o vídeo propõe aos estadunidenses maior participação da população nas decisões políticas, o apelo pode ser usado diretamente para nós também. Algo como não apenas reconhecer, mas participar, mobilizar e incentivar a participação em uma série de movimentos sociais, como o Ficha Limpa entre outros, que têm certa repercussão e que infelizmente carecem de mais pessoas engajadas - o que seria realmente necessário para uma revolução democrática (não me refiro aqui a revolução armada, mas com a real participação da população!).

Isto não significa que estou desconsiderando o movimentos sociais... Muito pelo contrário! Talvez o incomodo seja o marasmo em que nos encontramos (é, também estou nessa!). Se há projetos em prol da democracia, da liberdade de expressão, contra a corrupção e outras situações que perturbam o desenvolvimento saudável do país (saudável no sentido da garantia os direitos sociais - cultural, político, educacional, ambiental, de saúde etc.), por que não há mobilização o suficiente para fazermos a diferença?

Então me lembrei de um texto [1] que li ontem falando sobre os desafios a serem enfrentados na consolidação das redes sociais:

  • a influência das políticas neoliberais no processo de mobilização da sociedade (Ai ai...)
  • as relações com a administração pública (Como não poderia ser diferente... O bom e velho paternalismo), implicando na criação de grupos fechados, isolados, resistentes à aproximação de outros segmentos (Ilhas de ego?!)
  • e a dificuldade dos movimentos sociais aproveitarem o pleno potencial das ferramentas audiovisuais (Inclusão digital!!! Eba!).

Alguém poderia ponderar que os pontos são tipicamente culturais, numa tentativa de desmobilização ou ainda justificativa para se manter na inércia. Entretanto, é exatamente enxergando pontos que podem ser potencialmente daninhos que devemos focar neles e trabalhar de modo a descortiná-los, modificá-los em prol de uma maior conscientização...

Enfim, estou animada para trabalhar num projeto de inclusão digital... É uma pequena contribuição enquanto fico aqui no blog brincando de ciberativista...

AH! O vídeo... Em inglês, mas creio que em breve com legendas...





[1] Oliveira, Elizabeth; Irving , Marta. Redes virtuais: da discussão teórica às potencialidades contemporâneas para a consolidação de redes sociais. Textos de la CiberSociedad, 13, 2008. Temática Variada. Disponível em http://www.cibersociedad.net. Acesso em 09mar11