Gênero, gênero, esse "ser" desconhecido!!!!
Ora se porta como uma construção social do sexo, ora se mostra como saber sobre a diferença sexual, ou, ainda, como uma construção social de uma identidade sexual a partir do sexo biológico. Em termos macro, pode ser entendido como sistema que organiza a diferença hierarquizada entre os sexos, ou elemento elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os seres, a partir da linguagem...
Segundo Lia Zanota, é tema transverso ao questionamento dos papeis que foram atribuídos como “naturalizados” (tidos como “normais” e próprios de homens e mulheres), remetendo à ausência de demarcação fixa e universalidade das relações entre homens e mulheres, a partir da ideia que as relações sócio-simbólicas são construídas e transformáveis.
“A construção de gênero pode, pois, ser compreendida como um processo infinito de modelagem-conquista dos seres humanos , que tem lugar na trama das relações sociais entre mulheres, entre homens e entre mulheres e homens.(...) O resgate de uma ontologia relacional deve ser, portanto, parte integrante de uma maneira feminista de fazer ciência”. (Saffioti,1992, p.211).
De cima a baixo na escala de percepção do universo simbólico que compõe o acervo cultural da humanidade indoeuropeia romano-germânica, o termo genero lembra a reprodução de um modelo que impõe como condição à mulher uma expectativa (exigência) de se “comportar” de acordo com um molde que a discrimina, minando-lhe a potencialidade de se desenvolver em patamar de igualdade em relação ao homem.
Dentre as naturalizações mais comuns de genero, sempre destaco as que ouço nos Juizados, reproduzidas pelos profissionais: reprodução como obrigação, fardo na educação da prole, comportamento moralizado, julgamento, divisão de tarefas segundo um binômio que encobre desigualdade na distribuição e vivência do poder, além de conferir aos homens a posição dominante e às mulheres a posição subalterna...
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