terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

100% limpa

Umas das coisas legais da web é a rapidez com a qual as informações circulam. Curioso é quando as informações legais demoram um monte para chegar... mesmo sem a gente procurar!

Na Revista da FIEC, em março do ano passado, foi impressa uma matéria, também liberada em meio digital, a respeito de um engenheiro mecânico no Ceará que desenvolveu postes de luz que utilizam apenas energia limpa para acender. É um poste que armazena energia eólica e solar em uma bateria, ao longo do dia e/ou da noite, e garante iluminação sem degradação ambiental na produção da energia, ou seja, postes iluminados com energia limpa!

O esquema funciona da seguinte maneira:
"Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido". Em cada poste há um avião que abriga células solares nas asas e cujas hélices alimentam o gerador eólico.  

"Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja," mesmo que não vente ou faça sol ao longo de 7 dias, haverá iluminação pública. "É à prova de apagão."

Além disso, "cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo tempo. Ou seja, um poste com um avião (...) é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais)."

Na reportagem o engenheiro disse não ter ainda investidores e mostra algumas vantagens da invenção. Por exemplo, ao invés de haver consumo de 7% de energia para iluminação pública, este consumo poderia cair para 3%.

Muitíssimo bacana, fiquei aqui pensando se essa iniciativa será reutilizada em outras cidades, pois pelo visto foi implementada como teste em uma rua em Fortaleza...Uma pena se esse conhecimento não for compartilhado e mobilizado.

Vale a pena ler a reportagem!

Em contrapartida, lembrei que estão querendo inundar uma área do Pará para construir uma hidrelétrica. Mobilização para prevenir? Mobilização para exigir energia limpa? Teremos que degradar o que nos resta de meio ambiente e recursos naturais para entendermos a necessidade do uso de energias limpas? Até quando será que iremos nos vender em prol do interesse alheio? Sim, porque que quem lucra nessa história não somos nós consumidores, mas as empresas energéticas. Na verdade, iremos ter prejuízo em pouco tempo, tendo em vista que a degradação ambiental só aumenta com a construção de hidrelétricas, infelizmente nosso principalmente recurso energético.

Ainda há de se considerar que energia elétrica produzida em hidrelétricas e usinas nucleares são centralizadas, produzem muita energia para alimentar uma quantidade grande de cidades, e por isto mais prováveis de provocarem apagão. Como aconteceu no sul do país ano passado ou retrasado... Mesmo com a rede elétrica bem organizada.

Energia não limpa, que degrada o ambiente, que inunda áreas consideradas inóspitas, mas nem por isto pobres em vida vegetal e animal, deveria ser proibida na criação e desenvolvimento de novas fontes de energia, de novas usinas. Mesmo considerando que são fontes mais caras, que demoram a dar retorno financeiro para as empresas energéticas. Porque na verdade, a preocupação da sociedade deveria ser o retorno social e não do interesse de algumas pessoas... Aliás, bem poucas pessoas, por sinal, são as que se beneficiam desse tipo de investimento.

Será que ainda estamos longe de alcançar esse nível de consciência social???

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