domingo, 1 de abril de 2012

Minha versão de "Vou-me embora para Pasárgada"


Pensando numa conversa com um amigo, tomei a liberdade de "matar" um poema de Manuel Bandeira... Vou-me embora para Pasárgada é tudo de bom, só não atende todos os meus anseios. Assim, lá vai...

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amiga da rainha
Lá tenho o homem que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansada
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menina
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutos bonitos
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amiga da rainha —
Terei o homem que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Para ler o original:
http://www.releituras.com/mbandeira_pasargada.asp

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